sábado, 15 de junho de 2013

Distúrbio de linguagem


Portfólio é um tipo de documento utilizado para acompanhar o progresso de cada indivíduo em todo processo de aprendizagem através de um conjunto de procedimentos contínuos, produzindo assim reflexões, possibilitando uma avaliação para que se possa agir e intervir com objetivos previamente formulados.
Este documento registra ideias, experiências e opiniões acerca do processo de formação, de forma sistemática, com ideais, motivações, opiniões, propósitos e com todas as considerações de ordem crítica que possam ser consideradas pertinentes.
Desta forma demonstra intenções claras, mostra curiosidade e persistência, favorece a experimentação, exploração e avaliação, porém não satisfaz por completo e pode apresentar algumas dificuldades para concretizar as ideias. O mesmo seleciona, analisa e interpreta criticamente, revelando capacidades de análise crítica dos produtos elaborados, possibilitando avaliação e adequação à prática educativa criteriosamente, através dos materiais produzidos com coerência entre a parte e o todo, entre o discurso de reflexão crítica anterior e posterior da avaliação global do trabalho em si.
O portfólio não é utilizado apenas no acompanhamento do dia a dia de sala de aula, mas também na documentação das reuniões pedagógicas realizadas pela escola, representando uma alternativa eficaz no acompanhamento dos alunos, o que favorece o processo de avaliação feito pelo professor, bem como o envolvimento da família através de estratégias, onde podem ser informados dados relevantes sobre o aluno e as atividades realizadas na ou pela escola, envolvendo a comunidade escolar.
Sendo assim os pais terão a oportunidade de acompanhar a cronologia da realização dos trabalhos, por meio de pastas organizadas onde constará a seleção de trabalhos em sequência, demonstrando a caminhada do aluno em todo seu processo de aprendizagem. Desta forma, considera-se o portfólio como sendo um instrumento de suma importância e eficaz na organização do professor, pois, de maneira geral, constitui-se em um histórico, um documento onde constam dados fundamentais à prática docente.
No portfólio podem ser agrupados dados de visitas técnicas, resumos de textos, composições, trabalhos artísticos, projetos, relatórios, anotações diversas, provas, testes, autoavaliações dos alunos, entre outros. A finalidade deste instrumento é auxiliar o educando no desenvolvimento da capacidade de se avaliar, refletindo sobre o mesmo e o melhorando. Ao professor, oferece a oportunidade de traçar referenciais da classe como um todo, a partir de análises individuais, com foco na evolução de cada educando ao longo do processo de ensino/aprendizagem. A ideia é utilizá-lo com o propósito de encorajar a reflexão e o estabelecimento de objetivos a cada aprendiz e comprometendo os pais com avaliação por meio de comunicação variada e frequente. O portfólio permite que cada um prossiga em seu próprio ritmo; mostrando como o professor pode se tornar melhor capacitado e mais eficiente e concentrar-se em descobrir como as crianças são diferentes ao invés de provar que são iguais. O processo de montagem de um portfólio encoraja a instrução individualizada para as crianças em seu contexto amplo de objetivos e de aprendizagem, o desenvolvimento profissional contínuo para professores e afins e, o envolvimento completo da família no programa de educação infantil.
Alguns passos possibilitam o trabalho tais como: coletar amostras de trabalhos, tirar fotografias, conduzir consultas nos diários de aprendizagem, conduzir entrevistas, realizar registros sistemáticos, realizar registros de casos (ocorrências), preparar relatórios narrativos, conduzir reuniões de análises de portfólios e usar portfólios em situações de transição.

Participação familiar:

Os familiares podem ajudar com recursos, fornecendo materiais, informações e apoio voluntário para investigação de tópicos selecionados pelo professor, participam no planejamento de estudos sobre história local, ecologia local, artistas locais, governo local ou outros tópicos, tornando-se “intermediários entre o currículo e os estudantes”.             
Para a realização deste trabalho resolveu-se explanar sobre o transtorno de linguagem.

“a partir dos anos 60, em diferentes países, ocorreu um importante movimento de opinião em favor da integração educacional dos alunos com algum tipo de deficiência (...), o mais geral e básico é o que se fundamenta em critérios de justiça e igualdade, (...) e que favoreçam o contato e a socialização com colegas da mesma faixa etária, e que lhes permitam no futuro integrar-se e participar de uma maneira melhor na sociedade, (...). A integração exige uma maior competência profissional dos professores, projetos educacionais mais completos. A integração é um processo dinâmico e mutante, cujo objetivo central é encontrar a melhor situação para que um aluno se desenvolva o melhor possível”. (MARCHESI, MARTÍN, 1995).


Segundo, estes mesmos autores, os níveis de integração, conforme o informe Warnock distinguiu tem, três formas principais de integração: física, social e funcional. A integração física ocorre quando as classes ou unidades de educação especial são construídas no mesmo lugar que a escola regular, mas continuam mantendo uma organização independente, embora possam compartilhar alguns locais como o pátio e o refeitório. A social pressupõe a existência de unidades ou classes especiais na escola regular, onde os alunos nela escolarizados realizam algumas atividades comuns com seus colegas, como jogos e atividades extraescolares. Finalmente, a integração funcional é considerada como a forma mais completa de integração, em que os alunos com necessidades especiais participam, em meio período ou em tempo integral, das aulas normais, sendo incorporados na dinâmica da escola.
Uma análise mais completa é realizada por Soder, (apud, Marchesi e Martín, 1995) a partir da experiência sueca, embora seu esquema seja muito semelhante ao supracitado. Soder distingue quatro formas de integração: física, funcional, social e comunitária. Cada uma delas pressupõe uma maior aproximação entre o grupo de alunos com necessidades especiais e o grupo de alunos sem as mesmas. Enquanto a integração física e social coincide com a física funcional na utilização conjunta de recursos educacionais à integração comunitária é a que tem lugar na sociedade, assim que se deixa a escola. A integração educacional deve ser avaliada não somente em si mesma, mas levando-se em conta, se possibilita o desenvolvimento pessoal e social da criança com necessidades especiais, mas também se favorece a integração na sociedade durante a adolescência e a idade adulta. Neste último ponto, é necessário levar em conta que o processo de integração depende em uma pequena parte das possibilidades do indivíduo e em grande parte da adaptação das instituições a essas possibilidades.

“Quando usa se a palavra integração quer se dar a ideia de que a inserção é parcial e condicionada às possibilidades de cada pessoa, (...)”. A inclusão exige uma transformação social (...), pois defende a inserção no ensino regular de alunos com quaisquer déficits e necessidades. A inclusão exige rupturas no sistema educacional da inclusão, cabe à escola se adaptar as necessidades dos alunos e não aos alunos se adaptarem ao modelo da escola. (WERNECK, 1997).

Desta forma o portfólio foi pensado, para um trabalho amplo de integração/inclusão.

O trabalho visa criar possibilidades de entendimento de uma criança com necessidades especiais em linguagem.
Para que se possa explicitar esse assunto, necessita-se abordar a relação entre pensamento e linguagem, linguagem como comportamento, como função da inteligência, como atividade simbólica constitutiva, o papel da linguagem no desenvolvimento do pensamento lógico.
Contudo cabe salientar que existem vários tipos de transtornos de linguagem tais como: transtorno da linguagem expressiva, transtorno mistos da linguagem, transtorno fonológico, com a explanação desses transtornos tem-se o objetivo de conseguir ajudar docentes, discentes, pais e familiares no processo de ensino/aprendizagem desde a identificação do problema até o melhor método de tratamento e acompanhamento para o indivíduo.
Ressaltando a importância do conhecimento do problema para que, se consiga trabalhar e comunicar da melhor forma possível e adquirindo melhorias a cada dia.
            Sendo assim considera-se que a diversidade dentro das instituições entre os alunos, requer medidas de flexibilização e dinamização do currículo dos profissionais para atender da melhor forma os alunos que apresentem qualquer tipo de necessidades educacionais especiais (NEE), com qualquer tipo de deficiência ou qualquer outra condição que venha a diferenciar o individuo em relação aos demais colegas.
            Estes sendo considerados “diferentes” exigem a atenção de toda comunidade escolar, para ter o direito ao acesso da aprendizagem, ao conhecimento, independentemente das necessidades apresentadas.
            Para haver realmente a inclusão, toda a sociedade deve ser modificar-se, para dessa maneira firmar a convivência com a diversidade humana, aceitando e valorizando cada ser com suas condições pessoais.  
            Dentro desse panorama a educação é um meio privilegiado que, favorece o processo de inclusão social do cidadão, sendo realmente mediadora dentro do ambiente escolar principalmente para todos sem exceção, mostrando dessa maneira a importância de currículos que comtemplem as diferenças individuais, desse modo reforçando mais uma vez a diversidade dos educandos.








Atividades para trabalhar com os transtornos de linguagem























JOGO DO SEGREDO
Este jogo consiste em dizer uma palavra ou uma pequena frase e uma criança e, ela vai dizer o que ouviu no ouvido da outra e assim sucessivamente até que, percorra todas as crianças da roda e a última deve dizer a palavra ou frase em voz alta para poder verificar se coincidi com a dita inicialmente.
Esta atividade justifica-se ao passo que fará com que todos os envolvidos participem da mesma, tendo por objetivo que cada indivíduo melhore sua dicção a cada dia.
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RECORTAR LETRAS
Justifica-se a partir do momento em que faz com que as crianças reconheçam as letras e consequentemente palavras, frases, pequenos textos enfim com o objetivo de que essas se comuniquem através da escrita se não conseguirem se expressar verbalmente, para dessa forma melhorar sua comunicação em qualquer ambiente.
A atividade consiste em recortar uma revista ou jornal para que cada indivíduo escreva seu próprio nome através de modelo previamente escrito ou não, podendo-se pedir que recorte todas as letras da uma mesma cor, tamanho ou que escrevam o nome de outra pessoa ou nome de objeto.




CONFRATERNIZAÇÃO DOS BICHOS
Forma-se uma grande roda enumerando de 01 a 04, todos os participantes, (a quantidade dos números varia de acordo com o tamanho do grupo).
Pede-se que cada o representante de cada grupo escolha uma espécie de bichinho, para caracterizar o seu respectivo grupo.
Exemplo: o representante do 1º grupo escolhe o “carneiro”, o representante do 2º grupo escolhe o “gato”, o 3º o “boi” e o 4º o “pato”.
O objetivo é reunir o grupo, ou seja, gatos com gatos, boi com boi, pato com pato e carneiro com carneiro.
Estes deveram se comunicar através dos seus sons: carneiro faz MMÉÉHÉE, gatos Miau, miau, pato faz quuéé, quuéé, e o boi faz Muuuu. O detalhe da brincadeira é que todos ficaram com uma cegueira temporária, ou seja, estarão vendados e quando cada participante se encontrar com o outro do grupo, estes deveram se abraçar e continuar até reunir todo o grupo.
O objetivo deste trabalho é dar ao educando o instrumento linguístico que o torne capaz de comunicar-se por meio de uma língua e das atividades de imitação, com sons representativos de animais possibilitando o conhecimento de onomatopeias, au-au, miau, etc.
 

TEATRINHO COM FANTOCHES
A adaptação de clássicos da literatura infantil para os alunos, com orações curtas, períodos simples, apresentação através de sinais, dramatização com o uso gestual e verbal, reprodução das histórias por meio da escrita com suas próprias palavras ou desenhos.
Justifica-se na medida em que faz com que, cada sujeito faça sua oralização espontaneamente através da brincadeira, sem força-lo, pois se o forçar a dizer algo o mesmo poderá ficar constrangido.













HORA DA NOVIDADE
Pede-se para um aluno contar uma história e solicita-se aos mesmos que reproduzam a história contada por meio de gestos, desenhos, palavras e escrita.
Nestas atividades, o jogo simbólico, o desenho, a mímica, a dramatização, a escrita e a fala, são estratégias sugeridas para o desenvolvimento da linguagem, a dramatização pode fazer reviver experiências, uma vez que favorece tanto à compreensão dos alunos para sinais ou palavras, definindo a experiência (linguagem receptiva), quanto o desenvolvimento da capacidade de gesticular e/ou verbalizar (linguagem expressiva), propiciando condições para o desenvolvimento seja do pensamento lógico ou da interação social.

ALBUM DE REDAÇÕES
Em uma folha padrão, todo texto confeccionado, será catalogado para se formar um álbum de criações de cada aluno, seguindo uma sequência daquilo que foi produzido, sendo que na medida do possível, cada produção será ilustrada.
Essa atividade tem por objetivo fazer com que o individuo se comunique através da escrita, contando fatos reais ou utilizando a imaginação para a mesma finalidade, considerando-se que o mesmo tenha um transtorno de linguagem severo.










CONCEITOS ESPACIAIS
Levar os alunos para fora da sala de aula, pedir para que um fique num local baixo e outro em um local alto, após, voltarem para sala de aula. Pedir que confeccionem figuras ou formem frases com as situações acima, abaixo, frente, atrás e entre, que representem conceitos espaciais.
Justificando desta forma como, a criança poderá se localizar no espaço e se comunicar através de gestos sem que ocorram acidentes durante a comunicação em qualquer ambiente.



HORA DO CONTO
Forma-se um círculo para cada criança “relatar” para os colegas uma experiência vivenciada. Por exemplo: o que aconteceu durante o final de semana ou no trajeto de casa à escola. O relato deve ser no primeiro momento sinalizado, e no segundo momento, oral ou escrito.
Desta forma todos participarão do processo de comunicação dentro do ambiente escolar e fora dele também, pois, a brincadeira pode acontecer em casa com os pais, irmãos, tios, avós enfim todos que estejam envolvidos com a criança.


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 CONSIDERAÇÕES FINAIS
            O presente trabalho teve por objetivo, além de explanar alguns dos problemas causados pelas dificuldades de linguagem, fazer com que os interessados nesse assunto tais como, psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos entre outros fiquem mais curiosos para explorar esse tipo de problema sabendo-se que o mesmo causa vários tipos de constrangimento ao longo da vida do sujeito.
            Do mesmo modo em que deve trabalhar da melhor maneira possível para que o indivíduo consiga seguir firme e forte em sua batalha.
            Conclui-se, no entanto que, qualquer atividade na área da linguagem para se trabalhar com o sujeito que seja acometido de tal dificuldade o ajudará a, comunicar-se com maior facilidade, sejam atividades na área da escrita, da oralidade, ou por meio de gestos, o indivíduo sempre conseguirá se comunicar de alguma forma.
            Contudo deve-se ressaltar que as dificuldades do transtorno de linguagem afeta pessoas de todas as idades, porém, quanto antes se iniciar o tratamento melhor será o progresso do sujeito.
            Deve-se lembrar também que tais atividades devem ser realizadas em todos os aspectos, tanto por fonoaudiólogos, quanto por pais, irmãos, tios, avós, professores e todos que rodeiem o individuo pois se realizado um trabalho isolado o mesmo não surtirá o resultado esperado.













BIBLIOGRAFIA

COLL, C.; Marchesi, A.; PALÀCIOS, J. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre. Artmed, 2004.
CRUZ, Roseli Fontana Nazaré. Psicologia e Trabalho Pedagógico. São Paulo: Atual, 1997.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000.
GARCIA. Jesus N. Dificuldades de Aprendizagem e Intervenção Psicopedagógica e Matemática. Porto Alegre: Artmed, 2004.
MARCHESI, A. e MARTÍN, E. (1995). Da terminologia do distúrbio às necessidades educacionais especiais, PP. 14 – 16. In: COLL, C.;
NEWRA, T. R. Transtornos da Aprendizagem: Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PALACIOS, J. e MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico e Educação: necessidades especiais e aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas.
WERNECK, C. (1997). Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva. pp. 51 – 53. Rio de Janeiro: WVA.









 AUTORES
Geralda Militão
Reginaldo Josué
Rosa Oliveira
Sandra Cavalini








ANEXOS









Observando as imagens abaixo podemos entender um pouco melhor quais as áreas do cérebro afetadas podem prejudicar a linguagem.




Descrição: http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/cerebro_e_a_linguagem/cerebro-e-a-linguagem.jpg








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